segunda-feira, 15 de março de 2010

RETALHOS CHEIOS DE CARINHO


Sempre curti muito estampas e o peso que elas tem nas artes decorativas, de uma maneira geral. Tive contato com a cultura americana desde cedo, onde aprendi apreciar os seus trabalhos manuais muito tradicionais em algumas partes deste país, os Estados Unidos. Esta técnica de junção de pequenas partes de tecidos é conhecida como PATCHWORK.
A tradução literal de patchwork é "trabalho com retalho". É uma técnica que une tecidos (das mais diferentes padronagens) com uma infinidade de formatos e, pode ser utilizado nos mais diversos tipos de acabamentos, desde mobiliário, decorações em geral até roupas e sapatos.
A quebra da Bolsa de Valores dos Estados Unidos causou a Grande Depressão, que durou de 1929 à 1939, fazendo com que as quilteiras (como são chamadas as mulheres que dominam esta técnica) precisassem aproveitar todo e qualquer tecido disponível, usando formatos como o Apple Core (miolo de maçã) e os triângulos, que permitiam aproveitamento total dos tecidos.
Desde então, houve o crescimento no interesse por essa arte.
Nos Estados Unidos este mercado movimenta mais de dois bilhões de dólares por ano, segundo fontes do setor. Grandes marcas americanas, como GAP, TOMMY HILFIGER e RALPH LAUREN, já se renderam a alegria que estes itens trazem para suas peças. E sempre reservam parte de suas coleções para reeditar essas tendências e conceitos.
Hoje em dia, esta técnica se dissiminou pelo mundo todo, inclusive no Brasil. Grandes indústrias têxteis desenvolvem anualmente tecidos especiais para o patchwork, assim como existem revistas especializadas, materiais e ferramentas que visam facilitar este tipo de trabalho.
A COR é o elemento mais importante, já que é o que mais chama a atenção numa peça de patchwork. O conhecimento sobre cores é importantíssimo para se obter bons resultados.
Saber combinar e misturar as cores, os tons e as estampas e, conseguir assim, uma harmonia entre eles, é um grande passo para quem deseja fazer um bom trabalho em patchwork.
Tecidos 100% algodão são os melhores para estes trabalhos. Esse tipo de tecido é mais fácil para cortar, marcar, costurar e passar.
Para aqueles (as) que desejam iniciar-se nesta nova técnica, a dica das quilteiras mais experientes é de usar tecidos de algodão que não encolham durante a lavagem, para evitar deformações no trabalho, e, o mais importante, escolher tecidos que não desbotam, para evitar que manchem os outros tecidos.
Outra dica importante é procurar sempre utilizar uma linha de boa qualidade, de preferência 100% algodão, para costurar os trabalhos. Quanto a cor da linha, o ideal é sempre escolher um tom neutro, que combine com a maior parte dos tecidos escolhidos.
As características principais destes trabalhos é, sem dúvida, a alegria e personalidade impressas nestas peças, trazendo sempre consigo, um toque de humor. Nada mais sugestivo para deixar nossos dias de correria mais coloridos e felizes.... rs!

Abaixo, a dica da Feira de Patchwork que acontece em São Paulo, agora em Abril, para aqueles (as) que quisem conferir de perto estes lindos trabalhos.

A seguir, algumas idéias de como melhor utilizar esta técnica para harmonização de peças de decoração, utilitários e vesturário. São RETALHOS CHEIOS DE CARINHO!... Aproveite!


Tapete de Patchwork de forrações Persas Antigas




COLCHA DE RETALHOS
"Vivemos em tempos de edredons e cobertores sintéticos, mas há quem conheça a artesanal e antiga “colcha de retalhos”.
Para quem não sabe, a colcha de retalhos era, pacientemente elaborada, a partir do aproveitamento de pequenas sobras de tecidos, num tempo em que as roupas eram feitas quase que exclusivamente por habilidosas costureiras.
O tempo andava mais devagar e as mulheres ainda não trabalhavam fora de casa. Ocupavam-se com a criação dos filhos, com afazeres domésticos e nas horas vagas se esmeravam em produzir belas e trabalhosas artes manuais, entre elas a colcha de retalhos que ainda sobrevive em velhos baús de umas poucas e saudosas vovós.
Uma espécie de museu particular, no mesmo lugar onde, talvez, guardem lembranças de sonhos perdidos no tempo.
A vida da gente se assemelha muito a uma colcha de retalhos.
É feita de pequenos pedaços presos um ao outro, cada um com sua cor, mais ou menos macios, alegres ou tristes.
O resultado depende do acabamento que damos, de como aproveitamos cada pedacinho das sobras que a vida nos dá. Cada um contém uma história, com começo, meio e fim.
Alegrias, tristezas, realizações e fracassos, horas de pouco, momentos de muito. São os nossos pedaços, a riqueza pessoal de cada um, a história que se construiu.
E há os retalhos que se jogou fora por desperdício ou por não se saber que um dia nos fariam falta.Depois de um tempo pode-se visualizar a colcha de retalhos que já se conseguiu montar.
Umas são coloridas, com muito vermelho, efeito de muitas paixões ou quem sabe escuras, com muitas partes onde predominaram retalhos de cor preta, demarcando os momentos inevitáveis de tristeza e dor.
Mas há os retalhos brancos, talvez sobras românticas do vestido de noiva, o azul do pequeno casaquinho de bebê do nosso primeiro filho, quem sabe o retalhinho cor- de- rosa da blusinha que nossa filha vestiu no aniversário de um ano.
Em um canto está o amarelo-ouro lembrando o pé de bergamotas maduras, caindo às pencas e ao alcance de nossas mãos gulosas, retalhos de felicidade infantil.
Assim, dentro de cada um existe uma colcha de retalhos. Cada vez que vem à lembrança uma história vivida é um daqueles pedacinhos que aparece mais que os outros, que se impõe e nos faz falar dele às vezes com tristeza, mas sempre com saudade.
Pois vou tirar do baú minha colcha de retalhos.
Quem quiser pode olhar, mas por favor , não toquem nela nem me peçam de presente e nem de herança. Não posso dá-la a ninguém nem me desfazer dela.
Vai me fazer falta quando a velhice chegar.
Vai me abrigar e aquecer meus últimos invernos, afinal não é todo mundo que pode olhar e dizer “minha colcha de retalhos foi tecida com minhas próprias mãos”.
Deu muito trabalho , muitos pedaços foram deixados pelo chão, mas alguns usei para secar as lágrimas que não pude evitar que caíssem enquanto eu a tecia, mas agora , depois de pronta me orgulho dela. É linda! É minha!"
Maria Alice Guimarães

2 comentários:

  1. Acredito que todos deveríamos fazer de nossas vidas retalhos.. sempre de uma história tira-se uma parte boa, uma lembrança que nos faz sorrir.. na parte "decorativa" o que posso dizer (visto que sou um tanto quanto leiga no assunto), acho bem alegre.. principalmente quando encontramos cores vivas!
    A propósito, li o post do hall do seu prédio.. o que posso dizer é que acredito, sinceramente, que a questão não foi simplismente "não gostei" e sim "quero implicar, pois tenho inveja".. não ligue para essas pessoas, seu nome já está feito e todos que te conhecem, sabem como é seu trabalho:
    MARAVILHOSO!
    Beeeeijos!

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  2. Concordo com vc, Marina!
    E sobre o post do polêmico hall do prédio,agora, já consigo dar risadas... kkkkk!
    Mas a sua teoria pode estar certa SIM... rs! Obrigada pelas doces palavras e pelo carinho! Vc é muito especial! Beijos!

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