A seguir, para entender melhor o assunto, transcrevo um texto de Ballone GJ, Moura EC - "Síndrome de Don Juan" - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2008.
Don Juan é um personagem literário tido como símbolo da libertinagem. O primeiro romance com referência ao personagem foi a obra El Burlador de Sevilla, de 1630, do dramaturgo espanhol Tirso de Molina.
Segundo Jung, para quem qualquer forma de arte, assim como os mitos, são veículos para a expressão do inconsciente coletivo, Don Juan pode representar nossos arquétipos (Walter Boechat - veja mais sobre o filme).
O donjuanismo representa um protótipo particular de comportamento humano, classificada particularmente pelos valores culturais e morais.
A característica principal do que se pode chamar hoje de donjuanismo, seria uma forte compulsão para sedução, entretanto essa característica não é isolada nem única na personalidade da pessoa, também não é exclusiva do sexo masculino.
Descreve-se o donjuanismo como uma personalidade que necessita seduzir o tempo todo, que aparentemente se enamora da pessoa difícil mas, uma vez conquistada, a abandona por desinteresse.
Em psiquiatria clínica, entretanto, o desprezo para com o sentimento alheio pode ser critério para caracterizar uma atitude sociopática ou anti-social. Para o donjuan só interessa o hedonismo, o instante do prazer e o triunfo sobre sua conquista, principalmente quando a pessoa de seu interesse tem uma situação civil proibida (casada, freira, irmã ou filha de amigo, etc ou os correspondentes masculinos).
O aspecto de desafio mobiliza o Don Juan, fazendo com que a conquista amorosa tenha ares de competição.
Por outro lado, segundo Kaplan, pode haver, em alguns casos, significativos sentimentos homossexuais latentes nesses indivíduos. Esse autor considera que, levando para a cama a mulher de outro, o Don Juan estaria inconscientemente se relacionando com o marido, motivo maior de seu prazer.
O narcisismo (traço feminóide) dessas pessoas é uma das características mais marcantes, a ponto delas amarem muito mais a si mesmas que a qualquer outra pessoa conquistada. Outros autores acham o donjuanismo um excesso do complexo de Édipo, ou fixação na mãe, já que muitos deles não constituem família com nenhuma de suas conquistas e acabam vivendo para sempre com suas mães.
Nos casos mais sérios a inclinação à sedução pode adquirir caráter de verdadeira compulsão, tal como acontece no jogo patológico. De certa forma, apesar dessa conquista compulsiva servir-lhe para melhorar sua sensação de segurança e auto-estima, uma vez possuído o que desejava, já não o deseja mais.
Não será totalmente lícito dizer, como dizem alguns, que o Don Juan se "diverte" com o sofrimento alheio. Na realidade parece mais que seja insensível ao sentimento alheio do que tenha prazer com ele. De fato, parece que eles não experimentam com o amor o mesmo tipo de sentimento que as demais pessoas. O amor neles é um sentimento fugaz, passageiro e que, continuadamente, tem o objeto-alvo renovado. Se algum déficit pode ser apurado na personalidade do Don Juan, este se dá no controle da vontade.
Apesar dessa compulsão à sedução, isso não significa que a pessoa portadora de donjuanismo seja, obrigatoriamente, mais viril ou mais ativo sexualmente. Esse quadro não deve ser confundido com a Atividade Sexual Compulsiva onde, aí sim há hipersexualidade.
Portanto, a contínua sedução do Don Juan nem sempre se dá às custas de um desempenho sexual excepcional mas sim, devido à habilidade em oferecer às pessoas a serem seduzidas, tudo aquilo que elas mais estão querendo.
Há quem considere como uma das características fundamentais da personalidade do Don Juan uma acentuada imaturidade afetiva. O aspecto volúvel e responsável pela constante troca de relacionamento pode ser indício dessa imaturidade afetiva e indica, sobretudo, uma completa carência de responsabilidade ou medo de assumir os compromissos normais das pessoas maduras.
Quando não há "dificuludades" para a conquista, a compulsão do Don Juan se desfaz ante a ausência do desafio.
São, em geral, pessoas movidas pela compulsão da conquista e sedução do outro, pela inclinação ao relacionamento impossível, seja com mulheres mais velhas ou muito mais novas, casadas, freiras, enamoradas de outros homens, enfim, pessoas que oferecem alguma condição de desafio.
No donjuanismo, não há necessidade invariável de concluir a conquista através do ato sexual. Basta perceber que o objeto da conquista está, digamos, aos seus pés, que a motivação para continuar o relacionamento se desvanece.
A conquista como reforço da auto-estima pode, durante alguns momentos da vida ou em certas circunstâncias afetivas, ser eficiente. Entretanto, sendo a personalidade mais bem estruturada, a atitude conquistadora acaba mais cedo ou mais tarde, dando-se por satisfeita diante do objetivo conquistado. Essa é a principal diferença entre a Sedução Compulsiva e as conquistas normais durante a vida de qualquer pessoa.
Outra característica que diferencia as conquistas circunstanciais, apesar de múltiplas, do sedutor compulsivo, é a ausência de consideração para com os sentimentos alheios que sempre está presente neste último. Nas conquistas múltiplas e circunstanciais a pessoa tem boa noção e crítica sobre os eventuais transtornos sentimentais causados nas pessoas conquistadas e, em seguida, abandonadas.
PSICOPATOLOGIA
Em psiquiatria ou na medicina geral, ser não-normal não significa, obrigatoriamente, ser doente. Para ser objeto de atenção médica é necessário que essa não-normalidade (estatística) implique também em um aspecto de morbidez, ou seja, implica na necessidade de sofrimento da pessoa ou de terceiros. Então, o donjuanismo poderá ser objeto de atenção médica na medida em que produz sofrimento.
Dentre os quadros classificados no DSM.IV e na CID.10, alguns critérios encontrados no Donjuan podem também ser encontrados no Transtorno Dissocial da Personalidade, da CID.10, ou em seu correspondente no DSM.IV, Transtorno Anti-social da Personalidade.
A trajetória de sua vida nem sempre resulta num final satisfatório.
Além disso, eles podem atravessar períodos de grande angústia na maturidade quando se dão conta de que todos seus amigos estão casados têm família e eles já não podem desfrutar de tantas companhias femininas como outrora.
Tendo-se em mente a natureza constitucional do donjuanismo, ou seja, considerando ser este um defeito do caráter, o tratamento mais eficiente deve ser pleiteado para as intercorrências emocionais que acometem o paciente por conta da situação vivencial em que se encontra e não, diretamente dirigido à essa característica da personalidade".
Have You Ever Really Loved A Woman?
Bryan Adams
(Tema do filme: DON JUAN DE MARCO)
To really love a woman, to understand her
You've got to know her deep inside
Hear every thought, see every dream
And give her wings when she wants to fly
Then when you find yourself lying
Helpless in her arms
You know you really love a woman
When you love a woman
You tell her that she's really wanted
When you love a woman
You tell her that she's the one'
Cause she needs somebody to tell her
That it's gonna last forever
So tell me, have you ever really
Really, really ever loved a woman?
To really love a woman,
let her hold you
'Til you know how she needs to be touched
You've got to breathe her, really taste her'
Til you can feel her in your blood
And when you can see your unborn children in her eyes
You know you really love a woman.
When you love a woman
You tell her that she's really wanted
When you love a woman
You tell her that she's the one'
Cause she needs somebody
To tell her that you'll always be together
So tell me have you ever really
Really, really ever loved a woman?
You've got to give her some faith
Hold her tight, a little tenderness
You've got to treat her right
She will be there for you, taking good, care of you
You really gotta love your woman, yeah.
And when you find yourself lying helpless in her arms
You know you really love a woman.
That's it!!!
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