quinta-feira, 8 de abril de 2010

SÍNDROME DE DON JUAN

Conversando outro dia com uma prima querida em torno do chá da tarde, junto com a minha mãe e a irmã dela, coloquei-me a analisar, involuntariamente, as questões de um relacionamento que ela teve (ou tem... já nem sei mais!... rs).
É certo que ela carrega consigo um buraco estratosférico no coração por este relacionamento, de tempos, diga-se de passagem e, bem mal resolvido (e que por sua vez, gera a "conceituação" da família toda!...). Comecei a pensar sobre o perfil do tal "objeto de amor" dela e o que leva verdadeiramente uma pessoa (em geral, muuuuuito mais homens que mulheres, certamente) a ter este perfil conquistador e "equilibrista" (é... esta é a definição mais apropriada que encontrei no momento, já que ele me parece estar andando sempre em cima do muro!)...
Num outro dia, durante uma reuniãozinha entre amigos, comentei com uma amiga que também é piscóloga sobre o posicionamento de algumas pessoas nestes tipos de relacionamentos. Ela, então, me contou sobre uma tal patologia que se chama SÍNDROME DE DON JUAN. Nunca ouvira falar seriamente sobre este assunto até então. Tudo que eu sabia sobre DON JUAN era sobre o filme/livro, cujo protagonista era um homem extremamente sedutor e tinha todas as mulheres que desejava, apesar de não ser lá o mais belo dos seres do sexo masculino, já que seus encantos transcendem estes quesitos!...
Daí, achei interessante o assunto e resolvi me aprofundar. Pesquisei no "Tio Google" sobre esse tema, e agora, compartilho com vocês estas avaliações de especialistas sobre este tipo de comportamento.
Certamente, você também, (assim como eu, né, Miguxo Arlindo?!? AFF! kkkkkkk) conhece um desses Don Juan's por aí... extremamente encantadores e sedutores, porém um periiiiiigo para os corações desavisados... porque no final, quem sofre é o infeliz do cotovelo, que não tem nada a ver com a estória, né? kkkkkkk (Aiiiaiii, que dor de cotovelo!... rs!)
Fiquem de olhos beeeem abertos, Meninas(os)!... rs... Beijos!

A seguir, para entender melhor o assunto, transcrevo um texto de Ballone GJ, Moura EC - "Síndrome de Don Juan" - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2008.


O que é Donjuanismo?

"Donjuanismo é uma expressão em desuso que veio à tona há algum tempo, depois do filme Don Juan de Marco, com Marlon Brando e Johnny Depp. O filme Don Juan de Marco foi escrito e dirigido por Jeremy Leven.
Don Juan é um personagem literário tido como símbolo da libertinagem. O primeiro romance com referência ao personagem foi a obra El Burlador de Sevilla, de 1630, do dramaturgo espanhol Tirso de Molina.

Mas a figura do eterno sedutor continua atrelada à Don Juan, que aparece ainda na obra de Molière, em Le Festin de Pierre, no poema satírico de Byron chamado simplesmente Don Juan, no drama de Bernard Shaw, chamado Man and Superman.
Segundo Jung, para quem qualquer forma de arte, assim como os mitos, são veículos para a expressão do inconsciente coletivo, Don Juan pode representar nossos arquétipos (Walter Boechat - veja mais sobre o filme).
Trata-se de um padrão de personalidade caracterizado por uma pessoa narcisista, enamorada, muitas vezes inescrupulosa, amada e odiada e que faz tudo valer para a conquista de uma pessoa.
O donjuanismo representa um protótipo particular de comportamento humano, classificada particularmente pelos valores culturais e morais.
A característica principal do que se pode chamar hoje de donjuanismo, seria uma forte compulsão para sedução, entretanto essa característica não é isolada nem única na personalidade da pessoa, também não é exclusiva do sexo masculino.
Descreve-se o donjuanismo como uma personalidade que necessita seduzir o tempo todo, que aparentemente se enamora da pessoa difícil mas, uma vez conquistada, a abandona por desinteresse.

As pessoas com esse traço não conseguem ficar apegados a uma pessoa determinada, partindo logo em busca de novas conquistas.

Elas são os anarquistas do amor (Sapetti), tornando válidos quaisquer meios para conquistar, não obstante, os sentimentos da outra pessoa não são levados em consideração.
Em psiquiatria clínica, entretanto, o desprezo para com o sentimento alheio pode ser critério para caracterizar uma atitude sociopática ou anti-social. Para o donjuan só interessa o hedonismo, o instante do prazer e o triunfo sobre sua conquista, principalmente quando a pessoa de seu interesse tem uma situação civil proibida (casada, freira, irmã ou filha de amigo, etc ou os correspondentes masculinos).
Sobre essa característica o escritor Carlos Fuentes, alega ao seu Don Juan a frase: "Porque nenhuma mulher me interessa se não tiver um amante, marido, confessor ou Deus, ao qual pertença ...".
O aspecto de desafio mobiliza o Don Juan, fazendo com que a conquista amorosa tenha ares de competição.
Por outro lado, segundo Kaplan, pode haver, em alguns casos, significativos sentimentos homossexuais latentes nesses indivíduos. Esse autor considera que, levando para a cama a mulher de outro, o Don Juan estaria inconscientemente se relacionando com o marido, motivo maior de seu prazer.
O narcisismo (traço feminóide) dessas pessoas é uma das características mais marcantes, a ponto delas amarem muito mais a si mesmas que a qualquer outra pessoa conquistada. Outros autores acham o donjuanismo um excesso do complexo de Édipo, ou fixação na mãe, já que muitos deles não constituem família com nenhuma de suas conquistas e acabam vivendo para sempre com suas mães.
Nos casos mais sérios a inclinação à sedução pode adquirir caráter de verdadeira compulsão, tal como acontece no jogo patológico. De certa forma, apesa
r dessa conquista compulsiva servir-lhe para melhorar sua sensação de segurança e auto-estima, uma vez possuído o que desejava, já não o deseja mais.
Em alguns casos o donjuan começa a se desestimular com a conquista quando percebe que a pessoa conquistada já está apaixonada por ele. Pode até nem haver necessidade do ato sexual a partir do momento em que ele percebe que a pessoa aceita e deseja o sexo com ele. Por outro lado, se a pessoa a ser conquistada é indiferente ou não cede à sedução, o Don Juan se torna mais obstinado ainda.
Não será totalmente lícito dizer, como dizem alguns, que o Don Juan se "diverte" com o sofrimento alheio. Na realidade parece mais que seja insensível ao sentimento alheio do que tenha prazer com ele. De fato, parece que eles não experimentam com o amor o mesmo tipo de sentimento que as demais pessoas. O amor neles é um sentimento fugaz, passageiro e que, continuadamente, tem o objeto-alvo renovado. Se algum déficit pode ser apurado na personalidade do Don Juan, este se dá no controle da vontade.
Apesar dessa compulsão à sedução, isso não significa que a pessoa portadora de donjuanismo seja, obrigatoriamente, mais viril ou mais ativo sexualmente. Esse quadro não deve s
er confundido com a Atividade Sexual Compulsiva onde, aí sim há hipersexualidade.
Portanto, a contínua sedução do Don Juan nem sempre se dá às custas de um desempenho sexual excepcional mas sim, devido à habilidade em oferecer às pessoas a serem seduzidas, tudo aquilo que elas mais estão querendo.

Nesse sentido, todos eles são sempre muito inconstantes, desempenham papéis sociais sempre teatrais e exclusivamente dirigidos à satisfação de suas conquistas, por isso fazem sempre o tipo "príncipe encantado", tão cultuado pelo público feminino. As pessoas sedutoras têm habilidade em perceber rapidamente os gostos e franquezas de suas vítimas e são igualmente rápidos em atender as mais diversas expectativas.
Há quem considere como uma das características fundamentais da personalidade do Don Juan uma acentuada imaturidade afetiva. O aspecto volúvel e responsável pela constante troca de relacionamento pode ser indício dessa imaturidade afetiva e indica, sobretudo, uma completa carência de responsabilidade ou medo de assumir os compromissos normais das pessoas maduras.
Quando não há "dificuludades" para a conquista, a compulsão do Don Juan se desfaz ante a ausência do desafio.
São, em geral, pessoas movidas pela compulsão da conquista e sedução do outro, pela inclinação ao relacionamento impossível, seja com mulheres mais velhas ou muito mais novas, casadas, freiras, enamoradas de outros homens, enfim, pessoas que oferecem alguma condição de desafio.
No donjuanis
mo, não há necessidade invariável de concluir a conquista através do ato sexual. Basta perceber que o objeto da conquista está, digamos, aos seus pés, que a motivação para continuar o relacionamento se desvanece.
A conquista como reforço da auto-estima pode, durante alguns momentos da vida ou em certas circunstâncias afetivas, ser eficiente. Entretanto, sendo a personalidade mais bem estruturada, a atitude conquistadora acaba mais cedo ou mais tarde, dando-se por satisfeita diante do objetivo conquistado. Essa é a principal diferença entre a Sedução Compulsiva e as conquistas normais durante a vida de qualquer pessoa.
Outra característica que diferencia as conquistas circunstanciais, apesar de múltiplas, do sedutor compulsivo, é a ausência de consideração para com os sentimentos alheios que sempre está presente neste último. Nas conquistas múltiplas e circunstanciais a pessoa tem boa noção e crítica sobre os eventuais transtornos sentimentais causados nas pessoas conquistadas e, em seguida, abandonadas.


PSICOPATOLOGIA

Seria o donjuanismo uma doença? Seria uma doença, merecedora de tratamento ? Considerando o critério estatístico, aquele que constata a normalidade ou não-normalidade tendo como base a ocorrência estatística do fenômeno, podemos dizer que o donjuanismo não é normal (maioria das pessoas não é assim). Na realidade, a expressiva maioria das pessoas não é despojada de consideração para com o sentimento dos outros, mais especificamente, podemos dizer que a maioria das pessoas se mobiliza com o sentimento das mulheres.
Em psiquiatria ou na medicina geral, ser não-normal não significa, obrigatoriamente, ser doente. Para ser objeto de atenção médica é necessário que essa não-normalidade (estatística) implique também em um aspecto de morbidez, ou seja, implica na necessidade de sofrimento da pessoa ou de terceiros. Então, o donjuanismo poderá ser objeto de atenção médica na medida em que produz sofrimento.
Dentre os quadros classificados no DSM.IV e na CID.10, alguns critérios encontrados no Donjuan podem também ser encontrados no Transtorno Dissocial da Personalidade, da CID.10, ou em seu correspondente no DSM.IV, Transtorno Anti-social da Personalidade.

A trajetória de sua vida nem sempre resulta num final satisfatório.
Normalmente as pessoas com esse perfil de personalidade acabam por não se fixarem com nenhuma companhia mais seriamente, não constituem família vivaz e acabam se aborrecendo quando constatam que não têm mais facilidade para conquistar mocinhas de 20 anos quando já estão na casa dos 60. Além disso, muitas vezes acabam ridicularizados por essas tentativas totalmente fora do contexto.
Além disso, eles podem atravessar períodos de grande angústia na maturidade quando se dão conta de que todos seus amigos estão casados têm família e eles já não podem desfrutar de tantas companhias femininas como outrora.
Tendo-se em mente a natureza constitucional do donjuanismo, ou seja, considerando ser este um defeito do caráter, o tratamento mais eficiente deve ser pleiteado para as intercorrências emocionais que acometem o paciente por conta da situação vivencial em que se encontra e não, diretamente dirigido à essa característica da personalidade".

Have You Ever Really Loved A Woman?
Bryan Adams

(Tema do filme: DON JUAN DE MARCO)

To really love a woman, to understand her

You've got to know her deep inside

Hear every thought, see every dream

And give her wings when she wants to fly

Then when you find yourself lying

Helpless in her arms

You know you really love a woman

When you love a woman

You tell her that she's really wanted

When you love a woman

You tell her that she's the one'

Cause she needs somebody to tell her

That it's gonna last forever

So tell me, have you ever really

Really, really ever loved a woman?

To really love a woman,

let her hold you

'Til you know how she needs to be touched

You've got to breathe her, really taste her'

Til you can feel her in your blood

And when you can see your unborn children in her eyes

You know you really love a woman.

When you love a woman

You tell her that she's really wanted

When you love a woman

You tell her that she's the one'

Cause she needs somebody

To tell her that you'll always be together

So tell me have you ever really

Really, really ever loved a woman?

You've got to give her some faith

Hold her tight, a little tenderness

You've got to treat her right

She will be there for you, taking good, care of you

You really gotta love your woman, yeah.

And when you find yourself lying helpless in her arms

You know you really love a woman.

That's it!!!

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