“Ostra feliz não faz pérola.”
(Rubem Alves)
Deparei-me com esta reflexão, durante essa semana e encontrei nela algumas grandes verdades:
1) Para que uma pérola exista, é necessário que uma ostra seja invadida por um grão de areia, que fere sua carne até que ela o paralise com uma substância chamada madre-pérola, envolvendo-a.
2) Quanto mais tempo a ostra fica fechada, maior ficará a pérola que se formou do encontro da ostra com o grão de areia.
3) Toda pérola contém um grão de areia ou outro invasor.
4) Se a ostra não se abrisse e fechasse para respirar, jamais receberia o invasor, mas a pérola jamais existiria...
Sendo assim, refletimos:
Nossas dores e nossas feridas podem ser fontes ricas de preciosas jóias, dependendo de como tratamos aquilo que corta nossa carne.
A forma criativa ou destrutiva que nossos estímulos externos obterão depende não só da forma como nos defenderemos, mas também do tempo que levaremos e de nosso cuidado em sua elaboração.
É impossível atravessarmos a vida sem sermos invadidos... Em um momento ou outro problemas, preocupações, tristezas, dores, aparecerão...
A ostra não pode respirar sem correr o risco de um grão de areia entrar nela... Mas ao transformarmos aquilo que nos fere em inspiração para compor lindas canções, poesias, reflexões, seja lá o que for (nossas próprias pérolas) é o que nos torna dignos de nossa capacidade criativa, uma capacidade de ajustamento às novas situações da vida, coisas e questões que nos atravessam...
Criemos jóias e deixemos de reclamar dos grãos de areia...
Eu sei, eles machucam, mas sem eles não haveria pérolas...
...e sem pérolas, não haveria jóias de pérolas... e sem jóias de pérolas não haveria clássicos pedidos de casamento e declarações de amor!..
Nós podemos fazer o melhor das nossas dores. Por que escolheríamos não fazer nada com elas?
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